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BLOGUE REAL ASSOCIAÇÃO DE LISBOA

O caso da coroa romena e o movimento monárquico em Portugal - Uma lição

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O fenómeno de afirmação da coroa romena, pairando acima da república que nos anos 90, com várias nuances e progressivamente ocidentalizada, substituiu a tirânica ditadura comunista de Ceaușescu, deveria fazer-nos pensar. O carismático Rei Miguel (1921 — 2017), expulso da sua pátria em 1947 pelo governo pró-soviético teve um papel fundamental para que tal acontecesse. Autorizado a voltar à Roménia em 1992, só em 1997 recuperou a cidadania romena que lhe havia sido retirada pelos comunistas. O sucesso do seu regresso culmina em 2011 quando foi convidado a discursar na abertura do parlamento romeno instituído pela constituição republicana de 1991. Reduzindo progressivamente a intensa vida pública por causa da sua idade avançada, o Rei Miguel teve sempre o apoio da Princesa Margareta que com ele palmilhou o caminho de reafirmação institucional da Casa Real Romena. Hoje ela é reconhecida como elemento agregador da nação, fruto da incansável dedicação ao seu povo, expresso através da constante presença no meio da população e no apoio às comunidades. Nesse sentido, como reconhecimento inequívoco da sua relevância pelo Estado, foi devolvido à Família Real o Palácio Elisabeta, sua residência oficial em Bucareste. A administração da Coroa Romena radica numa associação reconhecida pelo Estado como de “utilidade pública”, sustentada pelo movimento monárquico, que reúne muitos voluntários e militantes dedicados ao apoio à Família Real na gestão do património que lhe foi outorgado e na organização das diversas vertentes da sua agenda. Esta organização, apesar de incluir vários políticos no activo, assume-se inteiramente avessa à política, totalmente “independente das modas e paixões políticas do tempo”. Foi sob esta estratégia que a Roménia recuperou a Coroa Real para o seu brasão de armas.

Salvaguardadas as devidas distâncias e contextos (nomeadamente o persistente jacobinismo nacional), esta história de sucesso remete-nos para a reflexão sobre as dificuldades com que o nosso movimento toda a vida se deparou, principalmente por causa das diferentes sensibilidades monárquicas que sempre se digladiaram, e com especial intensidade a partir do dia 6 de Outubro de 1910, quando a unidade se tornava um imperativo. Uma coisa parece-me certa: o sucesso da Causa Real (uma corrida de fundo em que temos de saber perseverar) depende fundamentalmente de dois factores. O primeiro é o da existência e cooperação de uma Casa Real inquestionável – privilégio de que usufruímos - e, em segundo lugar, conseguirmos fazer do nosso movimento uma casa comum e acolhedora de diferentes correntes de pensamento e sensibilidades, todas elas legítimas, sempre com total liberdade de debate, sem tentações de sobreposição ou de hegemonias. Sem isso, arriscamo-nos a ser vistos como um partido político com uma agenda ideológica, campo sobejamente ocupado e onde não traríamos nada de diferenciador, tornando-nos então irremediavelmente irrelevantes. 

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Princesa Margareta em 2017

Texto adaptado do editorial da revista Correio Real nº 24

Pluralidade e debate

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Se é certo que desde a implantação violenta da república o movimento monárquico português enfrenta terríveis dificuldades de afirmação, tal deve-se não só à repressão mais ou menos agressiva que sofreu, mas sobretudo à dificuldade que os seus apoiantes vieram demonstrando em estabelecer prioridades que, para lá do indispensável debate de ideias, privilegiassem uma mensagem clara e de unidade: o apoio incondicional a uma instituição representativa da nossa identidade transgeracional como Nação de 900 anos de história, isto é, na Coroa Portuguesa, cujos direitos dinásticos estão na pessoa do Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança. 

Acontece que, sem que se veja sobressair um pensamento novo ou personalidade intelectual que marque a nossa geração, o debate entre as diferentes sensibilidades monárquicas nos dias que passam termina quase sempre em zangas tão insanáveis quanto pueris, o que compromete a já precária relevância pública da nossa Causa – nem que seja por desperdício de energias.
Passados mais de cem anos sobre o 5 de Outubro de 1910, deveria constituir grande preocupação que a nossa geração não tenha ainda dado à luz uma obra digna desse nome para uma renovação do pensamento monárquico que fez história no século XX: então, tivemos personalidades ilustres e distintas como Jacinto Ferreira, João Camossa, João Taborda, Francisco Sousa Tavares ou Barrilaro Ruas, Mário Saraiva, António Sardinha, Hipólito Raposo, Pequito Rebelo, Almeida Braga, Alfredo Pimenta, e Alberto Monsaraz. Hoje, os poucos que pensam o assunto, as mais das vezes fazem-no levianamente nas redes sociais, consumindo-se numa disputa fratricida com os que afinal não deixam de ser seus correligionários. Se o debate de ideias é vital para a credibilidade e consistência da doutrina monárquica, mais decisiva será uma sã coexistência dos diferentes modos de pensar e de ler a realidade. Dessa forma enriquece-se a produção doutrinária e desloca-se o foco do conflito para aquilo que numa escala de valores correcta deveria ser o alvo prioritário da nossa acção: o combate ao ideário republicano (se é que ele existe) e aos (apesar de tudo poucos) facciosos que ainda o defendem. É nesse sentido que o Correio Real desde o seu primeiro número patrocina e desafia a contribuição de quantos se dignem a participar com diferentes opiniões e sustentadas perspectivas sobre História e Monarquia.
Ainda que sob o signo do improviso e da falta de recursos, os inconformados bravos da Galiza que seguiram Paiva Couceiro para a rebelião armada, tradicionalistas ou liberais puseram de lado as suas bandeiras e sacrificaram-se pela mesma e comum causa maior: Portugal. Nisso devíamos seguir-lhes o exemplo, em homenagem aos nossos antepassados, em comunhão com o nosso Príncipe, para felicidade dos nossos sucessores.

 

João de Lancastre e Távora

Publicado no Correio Real nº 12 de Janeiro 2016 

Discurso de Luís Lavradio presidente da Causa Real por ocasião do Jantar dos Conjurados 2011

 

Altezas Reais,

Minhas senhoras e meus senhores:

 

A Mensagem com que S.A.R. nos brindou, ponderada e oportuna como sempre, não carece de comentários nem de acrescentos.

 

Senhor Dom Duarte, se Va. Alteza Real fosse Rei, certamente que estaríamos mais bem servidos.

 

Veríamos no nosso Rei e na Família Real uma ligação directa e ininterrupta à nossa história milenar, ao desenvolvimento da nossa consciência enquanto portugueses, da nossa independência enquanto Nação. A família que nos dá hoje a honra, uma vez mais, de enriquecer este nosso jantar, é a mesma que com D. Afonso Henriques fundou o nosso país, que consolidou a nossa independência pela mão de D. João I e da extraordinária coragem de São Nuno de Santa Maria, e que na pessoa de D. João IV a recuperou em 1 de Dezembro de 1640.

 

Um dos maiores estadista do século XX, Winston Churchill, monárquico de grande convicção, escreveu “The farther back you can look, the farther forward you are likely to see.” O nosso conhecimento do passado torna mais nítida a nossa percepção do futuro.

 

Nesse sentido, se fosse Rei, Va Alteza seria certamente um símbolo de esperança no futuro, deixando-nos emocionalmente mais estáveis, mais conscientes das nossas capacidades e, naturalmente, mais preocupados em educar os nossos filhos a servir Portugal e não a servir-se dele.

 

Cabe-me a mim agradecer a Vas. Altezas Reais reiterando o privilégio que sentimos todos em poder partilhar a celebração desta data com a nossa Família Real.

 

 

Não querendo abusar da Va. paciência, não posso deixar de falar da Causa Real. Tem aparecido na Internet uma frase minha que julgo sintetiza aquilo que é a Causa Real hoje: "A Causa Real só faz sentido se estiver virada para o futuro… temos que incentivar uma mudança de atitude, apresentando uma alternativa política para o País que traz vantagens concretas para o Portugal do século XXI."

 

Há já muito trabalho a ser feito para que possamos realizar este nosso objectivo, e aproveito para vos falar de três destes projectos, que temos vindo a desenvolver na continuidade das alterações estruturantes efectuadas pelo Dr Paulo Teixeira Pinto,  assim como dos principais obstáculos e preocupações com que nos debatemos e que acho que vale a pena frisar. 

   

Temos um projecto de comunicação ambicioso, mas muito sólido e absolutamente necessário, que urge implementar. Inclui uma renovação da imagem da Causa Real, uma redefinição do seu posicionamento online, razão pela qual o nosso site está em construção, e uma nova abordagem à comunicação que nos possibilita chegar a todos os portugueses. Se formos bem sucedidos, e eu acredito que seremos, a Causa Real ficará dotada, pela primeira vez, de uma plataforma dinâmica de comunicação e informação a nível internacional, assim como de uma rede eficaz de comunicação interna por forma a agilizar a coordenação e cooperação com as suas estruturas regionais – as Reais Associações. A ideia não é nova, mas temos ao nos dispor instrumentos que nunca tivemos, para poder consolidar as nossas bases e revolucionar a forma como comunicamos com o público, dando maior visibilidade e credibilidade à nossa mensagem. 

 

Mas o nosso projecto passa também pelos meios tradicionais, e posso já avançar que hoje mesmo foi assinado um Acordo de Princípios entre a Causa Real e a Real Associação de Lisboa, que visa lançar a nível nacional e, eventualmente, internacional o excelente boletim oficial da Real Associação de Lisboa (única publicação periódica monárquica), o Correio Real. Será uma voz da Causa Real para todos os nossos associados. Já muitos conhecem a qualidade desta publicação que será certamente enriquecida por este alargamento significativo da sua base de leitores Como sabem, os associados das Reais que compõem a Causa Real são automaticamente associados desta, e esta ideia propõe compensar com algo tangível aqueles que regularmente vão apoiando as Reais Associações, pagando as suas quotas, e incentiva as Reais a obter um número crescente de associados e estes a manter as suas quotas em dia.

 

Além de isso, a nossa comunicação precisa de conteúdo e a nossa mensagem de maior substância.

 

Por estas razões, decidi convidar um conjunto de profissionais de reconhecido mérito nas suas áreas de actividade, para desenvolver dois trabalhos que consideramos fundamentais para um movimento como o nosso. O primeiro passa por uma análise histórica do nosso passado constitucional e um análise comparativa das estruturas jurídicas e políticas das actuais monarquias europeias, procurando apresentar uma visão do que poderia constituir uma monarquia constitucional moderna em Portugal e a forma de lá chegarmos. O segundo grupo de trabalho centrar-se-á numa análise de custo-benefício dessa mesma estrutura, realçando não só as poupanças esperadas de uma mudança de regime, como também os potenciais benefícios económicos do mesmo. Queria agradecer desde já a generosa disponibilidade de quem anuiu ao meu convite e que nos honra com o seu compromisso. Não querendo entrar em mais detalhes, posso vos confirmar que contaremos com o brilhantismo de José Adelino Maltez, António Nogueira Leite e Diogo de Lucena.

 

Para estes projectos e outros que temos em mãos, temos procurado a cooperação das Reais Associações, dos nossos associados e de simpatizantes que nos têm abordado com ideias ou simplesmente com a sua disponibilidade. Somos todos voluntários o que, necessariamente, restringe a nossa capacidade de actuação. Mas estamos cá pela convicção de que há um caminho diferente e melhor para Portugal, que passa pelo restabelecimento da Instituição Real.

 

Apesar da forma voluntária com que muitos têm dedicado o seu tempo à nossa Causa há, imprescindivelmente, contas a pagar e há projectos, como o nosso projecto de comunicação, que dependem em grande parte de recursos que não possuímos. Não posso deixar de vos apelar para que ajudem a Causa a levar os nosso objectivos em frente através de uma simples contribuição. Do nosso lado, a Causa Real tem procurado reduzir ao máximo os custos inerentes à sua actividade, para que possamos canalizar recursos tanto para aqueles que mais precisam como para os projectos que actualmente procuramos desenvolver.

 

Lembro que este ano, e pela primeira vez, a Causa Real fez questão de fazer reverter a receita do Jantar dos Conjurados a favor de uma instituição de solidariedade escolhida por SS.AA.RR., neste caso o Banco do Bebé. Esta associação de cariz privativo e voluntário apoia as mães que mais precisam, com o provisionamento de enxovais e outros produtos de primeira necessidade para os seus recém-nascidos, ajudando a formar novas famílias portuguesas. Vamos tentar angariar o suficiente para presentear o Banco do Bebé com 10 enxovais, um exemplo do qual está exposto aqui na sala.

 

Antes de acabar, queria agradecer a todos a Va. presença, imprescindível, quer sejam já habitués ou estejam cá pela primeira vez.

 

Há também um conjunto de pessoas e instituições que não posso deixar de sublinhar, pois sem eles a organização deste evento teria sido impossível. À generosidade de Nuno Pinto de Magalhães e da Centralcer, cujo apoio constante tem trazido a Sagres Bohemia, cerveja da Mesa Real, às nossas mesas. A toda a equipa do CCB e em particular à Rita Correia que teve que aturar as nossas exigências e negociações semanas a fio. À equipa de catering que nos proporcionou este delicioso jantar, muito especialmente ao Gonçalo Figueiredo do Barros pela a sua ajuda incondicional e ao Sr Mesquita pela sua simpatia e paciência. Ao Miguel Anadia e à sua Companhia das Quintas, fornecedores de um espumante que se enquadraria perfeitamente numa das Grandes Marques. Ao Vasco Cascais que nos emprestou um belíssimo e enorme exemplar de uma bandeira portuguesa, com sentido estético! À Festa Aluga e à HIgh Concept & Touch e à sua Directora Geral Mafalda Figueiredo, pelo seu trabalho incansável na organização dos detalhes de tudo. Finalmente um agradecimento aos da Casa. Ao João Mattos e Silva, Presidente da Real Associação de Lisboa e à sua equipa que tiveram, mais uma vez, o trabalho mais ingrato e mais exigente, e o fizeram sem pestanejar e sempre com um sorriso na cara. Ao staff de voluntários aqui presente, muitos dos quais tenho a honra de conhecer pessoalmente. E à Comissão Executiva da Causa Real, que com um verdadeiro espírito de equipa tem mantido a minha esperança de que tudo é possível. Aqui quero realçar o trabalho da Alexandra Vasconcelos, que não pode estar hoje connosco, pois a responsabilidade deste jantar coube-lhe a ela. A todos os meus sinceros agradecimentos.  

 

Acabo pedindo que se juntem a mim bebendo à saúde de SS.AA.RR. os Duques de Bragança que encarnando a nossa história representam uma instituição que será sempre um símbolo de esperança para o futuro de Portugal. Winston Churchill certamente que aprovaria!

 

Viva Portugal!

 

30 de Novembro de 2011

Luís lavradio, Presidente da Causa Real

Um andar com história

Artigo de Nuno Castelo-Branco:

 

 

A Causa Real não é um Partido, nem existe para ser um centro conspirativo para  derrube violento de qualquer uma das Repúblicas que temos vivido. Embora no seu alvorecer tenha representado a revolta que se levantou contra a prepotência do estado de coisas instalado pela força em 1910, o passar dos anos levaram-na a enveredar pelo caminho da marcação de uma presença constante, aquele prudente mas firme sinal de aviso a uma certa forma de ver Portugal. Atravessou períodos de maior notoriedade e no início da década de 50, houve momentos em que pareceu muito perto de conseguir o propósito da restauração da Monarquia em Portugal. As gerações sucederam-se e com elas, a forma de pensar a sociedade que era própria do tempo. 

 

Quem visite os numerosos sites monárquicos na blogosfera ou no Facebook, poderá verificar uma certa impaciência pela "inacção" da Causa, entendendo-se equivocadamente o seu papel, como uma sede aglutinadora à imagem de um Partido político e neste caso, o único corpo visível que combate o regime. Nada de mais errado. A verdade é que por muitos milhares de filiados que tenha - e tem-nos, agrade ou não agrade este facto "aos do sistema" -, a Causa não quer, não pode e nem sequer tem como fim, a imitação espúria daquele que um dia se chamou PRP. Diferentemente dos republicanos decididos pela destruição de uma Monarquia que julgavam ser por si a razão das desgraças nacionais, a Causa Real concita a simpatia e a participação nas suas listas, de milhares de portugueses com as mais díspares opiniões políticas, avultando nomes bem conhecidos do actual regime. "Inimigos" nos pressupostos partidários, aliados no grande objectivo comum. Será ainda necessário sublinhar, a progressiva adopção pelo chamado mainstream do actual regime, de muitos dos mais importantes postulados veiculados pela Casa Real, através da pública tomada de posição por elementos a ela ligados e que nas academias ou imprensa, têm indicado caminhos a trilhar para o bem comum: quem recorde qual era o posicionamento dos monárquicos quanto à descolonização, o caso de Timor, os Tratados assinados com a então CEE, a política portuguesa na geoestratégia do Atlântico ou da aproximação política e económica aos países da CPLP, facilmente reconhecerá este mérito que não pode ser negado. Por muito que isso desagrade aos "aflitos do regime", esta é a verdade que a poucos escapará.

 

Outro dos equívocos consiste na alegada "blindagem" da CR à livre participação dos seus filiados - que na maioria não são de forma alguma "militantes" - nos órgãos dirigentes. Há que notar o facto da CR ser um braço daquilo a que em sentido amplo se chama o gabinete da Casa Real, não podendo ser por isso, sujeita a golpes de aventureira oportunidade que se verificam noutro tipo de organizações, nomeadamente certos partidos políticos. Se as eleições são completamente livres, a escolha dos dirigentes deverá ser sempre objecto da aquiescência real e este aspecto é tão relevante quanto a existência da própria Causa e das suas ramificações plasmadas nas Reais Associações. Alguns sectores mostram-se impacientes e clamam por acção!, sem que essa prometida azáfama seja plenamente explicada à generalidade daqueles que se reclamam de monárquicos. Assim sendo, como será possível passar a Causa a tomar posições de recorte partidário no âmbito da política nacional, sem que isso implique a sua transformação num Partido político? É evidente e desejável o surgimento de múltiplas organizações que pretendam "ir a eleições gerais" e que incluam nos seus programas, aquela medida essencial que implica a reconstrução do Estado: a opção pela Monarquia. No entanto, tal não pode ser exigido à Causa Real, por muito que isso desgoste muitos dos seus filiados que aliás, nela encontram pares que  obedecem a outras linhas de acção e mais importante ainda, de pensamento. Se existe gente válida nos Partidos, poderão os militantes subir às respectivas tribunas e do alto proclamarem o seu apego à necessidade da restauração da Monarquia. No PS, no PSD, no CDS, BE ou qualquer outro, seria um inestimável serviço prestado, organizando tendências e grupos de pressão. Essa é a ideia chave.

 

Sendo de uma geração muito distante daquela que fundou a então Causa Monárquica, parece-me  de elementar justiça, reconhecer o trabalho porfiado que os fundadores e seus imediatos sucessores tiveram para a manutenção da chama. Critiquem-se os Integralistas, desdenhe-se agora o labor dos genealogistas ou dos "loucos pela Bandeira", há que concluir terem sido eles os homens que impediram a extinção da ideia do princípio monárquico da organização do Estado português. Acabaram por muito contribuir para o derrube da ditadura "democrática" dos Costas e Bernardinos, fincaram o pé e irritaram Salazar e Marcelo Caetano e abriram as portas à renovação da Causa nos anos 60, acabando por adequar a ideia da Restauração, a algo perfeitamente normal e exequível no plano dos princípios. Se tal não foi até agora conseguido, isso dever-se-á às contingências dos diversos períodos que têm pautado a vida da actual "situação" e que mais terão a ver com os interesses que durante anos, têm encontrado amplo respaldo além-fronteiras, traduzindo-se isto no eterno numerário que faz amodorrar a vontade  de tantos. Uma época que está a chegar ao fim.

 

A Causa Real podia fazer mais? Decerto. Para isso, seria necessária a total dedicação de todos os filiados e a sujeição ao vai-vem das conferências, reuniões fora da cidade de residência e do trabalho, a contribuição com uma parte, mesmo que ínfima, do património de cada um. Ora, isso é o que tem acontecido no muito restrito núcleo dirigente da CR, com o claro sacrifício da tranquilidade da vida familiar e do incontornável recurso às contas bancárias de cada um. Faz-se o que e possível e esse é o papel daqueles que se encontram filiados na organização. Ser membro* implica deveres, não apenas o iniludível direito de criticar.

 

Os regimes constitucionais vão passando e a Causa lá continua, como sempre na mesmíssima localização. Se tempos houve em que parecia perto da extinção, hoje é um testemunho daquilo que por ela fizeram as gerações dos nossos bisavós, avós e pais. E assim continuará, para grande irritação de alguns nossos "inimigos".

 

* Não sou filiado na Causa Real.

Um 5 de Outubro de todos os portugueses

 

Há três anos consecutivos que a Causa Real vêm disputando o palco político proporcionado pelo 5 de Outubro com considerável sucesso, sempre granjeando entrevistas e reportagens nos telejornais, imprensa e rádios nacionais. Este ano, os monárquicos militantes concentraram-se em torno do Chefe da Casa Real Portuguesa na cidade de Coimbra, onde perante a sinistra crise de soberania nacional, homenagearam o espírito heróico do seu rei fundador por ocasião do 868º aniversário da assinatura do tratado de Zamora.

 

Reportagem tvi aqui

A Real Associação de Lisboa é uma estrutura regional integrante da Causa Real, o movimento monárquico de âmbito nacional. Esta é uma associação que visa a divulgação, promoção e defesa da monarquia e da Instituição Real corporizada na Coroa Portuguesa, cujos direitos dinásticos estão na pessoa do Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança e em quem legitimamente lhe vier a suceder. Cabe a esta associação a prossecução de iniciativas e de projectos de interesse cultural, social, assistencial e de solidariedade que visem a dignificação, a valorização e o desenvolvimento dos seus associados e da comunidade em que se insere.

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