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BLOGUE REAL ASSOCIAÇÃO DE LISBOA

Mensagem 1º Dezembro 2022

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Portugueses,

Durante este ano fomos confrontados com uma realidade que todos considerávamos improvável: uma Guerra na Europa. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia tem-se traduzido numa verdadeira tragédia humanitária, mas também económica. Todos os dias assistimos a uma destruição massiva da Ucrânia que deixará marca por várias gerações entre os dois povos. 

Gostava de salientar a mobilização do povo português, que desde a primeira hora tudo fez para atenuar o sofrimento de milhares de refugiados. Tivemos todos conhecimento de inúmeras iniciativas consertadas ou espontâneas por parte dos portugueses mostrando uma vez mais que o nosso povo se mobiliza de forma solidária nos momentos mais importantes.

Recentemente tive a possibilidade de visitar a Ucrânia e inaugurar, nos subúrbios de Kiev, uma casa que pode hospedar até duzentas pessoas em trânsito, especialmente  para a Hungria ou Polónia. Esta é uma iniciativa da  Real Ordem de São Miguel da Ala, em cooperação com os Bispos Católicos Ucranianos e com o apoio dos membros da Ordem em Portugal e vários países.

A guerra vem agravar a nossa situação económica, que já era bastante frágil. A inflação, a escassez de produtos, o aumento exponencial dos combustíveis e energia, vai dificultar ainda mais a nossa vida. Começamos a assistir a algumas situações que poderão causar grandes dificuldades durante o próximo ano.

Em consequência, existe cada vez mais a necessidade de acorrermos às famílias mais desfavorecidos.

Esta crise obriga-nos a acabar de uma vez com todas as situações de gritante corrupção que temos vindo a ter conhecimento nos últimos tempos. Esta é uma situação que sistematicamente produz uma sombra pesada sobre o país. Necessitamos de uma classe política forte e séria, e que esteja também decidida a fazer face aos desafios que se colocam a Portugal.

A melhoria gradual das condições de vida e da economia portuguesa nas últimas décadas são, felizmente, inegáveis. No entanto, é um facto incontestado que crescemos mais devagar do que a maioria dos outros países, pelo que os rendimentos das empresa e famílias também se mantem em níveis inferiores aos que desejaríamos obter.

Considerando que temos vindo a perder competitividade e oportunidades, tanto nos períodos internacionais favoráveis, como nos desfavoráveis, esta evolução só se pode atribuir opções políticas e económicas erradas. Ao contrário dos países mais prósperos, na República Portuguesa as pessoas e as empresas que obtêm sucesso, são vitimas de inveja social e de perseguição fiscal. Em contrapartida, aquelas que são inactivas ou pouco produtivas, são continuamente promovidas e incentivadas, criando um país de subsidio-dependentes, viciadas em pedir e receber favores do estado e fundos da europa. Espera-se sobretudo do estado e das múltiplas instituições ligadas á economia que criem um envolvente propicia a uma maior criação de riqueza em Portugal.

Entre estes desafios, alerto para o crescente problema do envelhecimento da população, pois que de acordo com estatísticas recentes, seremos o país mais velho da Europa em 2050. Em consequência desta situação e da estagnação económica que vivemos, cada vez mais, os nossos jovens procuram trabalho fora do país – longe das suas famílias e suas comunidades. Actualmente, mais de 40% dos nossos emigrantes estão na faixa etária entre os 20 e os 29 anos. São números impressionantes.

Este caminho, leva ao fim da esperança, o que não podemos deixar acontecer de forma alguma.

Cada vez mais precisamos de um projecto de Nação, que cada vez menos existe. Como defendia o nosso saudoso Gonçalo Ribeiro Telles, de quem se celebram os cem anos do seu nascimento, passo a citar: “O novo modelo de desenvolvimento”— a que chamamos “ecodesenvolvimento” - tem por objectivo a dignificação do Homem, a Justiça, a defesa da Vida, a humanização criativa do território e o melhor aproveitamento, em cada momento, de todos os recursos garantindo-se a permanência da capacidade de regeneração dos que são renováveis. (…) É absolutamente necessário, ao procurarmos viabilizar Portugal, fazer uma reflexão sobre o nosso passado (as raízes) e futuro como Nação livre e independente.” Defendia Ribeiro Telles já então uma “ecologia integral”.  E continuando a citá-lo “acima da legítima liberdade de opinião de todos os portugueses, do poder efectivo das repúblicas municipais, acima das divisões sociais e políticas e dos poderes locais, terá que existir uma instituição permanente e histórica (o Rei), que garanta a unidade nacional, a liberdade, a diversidade de opinião e de propósitos e o prestígio no contexto internacional. Só assim podemos continuar a ser uma Nação livre e independente e a desempenhar no mundo o papel a que a nossa história e civilização nos obrigam.”

Gostaria de terminar esta mensagem com uma referência à Jornada Mundial da Juventude que se vai realizar em Portugal em Agosto do próximo ano e que deverá juntar no nosso país mais de um milhão de jovens de todo o mundo. A Igreja dá-nos esta oportunidade única de afirmar Portugal junto dos jovens num inspirador encontro de culturas que será com certeza inesquecível.

Como sempre, a minha família eu próprio estamos à disposição dos portugueses para servir no que for entendido como necessário.

Desejamos a todos um feliz Natal e um ano de 2023 abençoado por Deus! 

Viva Portugal!

D. Duarte, Duque de Bragança

Mensagem de S. A. R. o Duque de Bragança - 1 de Dezembro 2016

d-duarte.gifFoi com grande alegria que os Portugueses tomaram conhecimento da reposição do feriado do 1º de Dezembro! 

Tenho afirmado que sem a Restauração de 1640 a nossa história ficaria muito pobre, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa não existiria e hoje seríamos apenas uma região do país vizinho, a reclamar a nossa independência.

Nas visitas que a minha Família e eu realizamos por todo o País, convidado pelas autarquias e outras comunidades locais que tão amigavelmente me recebem, e nas minhas deslocações ao estrangeiro, comprovo que os representantes dinásticos das Famílias Reais constituem um factor de identidade, valorizado pelos povos, que no caso português inclui também um sentimento de pertença dos povos que partilharam a nossa História.

Esse facto atribui-nos responsabilidades particulares no sentido de contribuirmos para a coesão nacional.

Essa coesão está ameaçada por factos que tenho procurado alertar e que o tempo tem comprovado.

O aumento progressivo da esperança média de vida exige-nos renovados cuidados de envelhecimento activo de forma a os reformados poderem continuar a sentirem-se úteis e a participar na sociedade. A emigração das novas gerações deve ser atalhada com medidas que façam os jovens sentir-se bem e realizar-se no país que os viu nascer. 

A crise de natalidade é particularmente dramática em Portugal. Dezenas de milhares de crianças são mortas antes de nascer e esta é uma realidade que se verifica em todos os extractos sócio-económicos. Este drama exige-nos uma mudança para que o sentido de família se sobreponha ao egoísmo exacerbado da competição social e a falta de condições económicas seja ultrapassada com valores comunitários.

Se estas mudanças não surgirem a curto prazo, geraremos um gravíssimo decréscimo populacional e desequilíbrios sociais. Não queremos o desaparecimento da vivência familiar na qual se entrecruzam gerações, e em que os idosos e os jovens são apoiados pelos familiares.

Apelo aos jovens para que as facilidades a curto prazo não façam perder de vista o projecto de constituição de família, instituição que garante a felicidade individual e constitui a base de uma sociedade equilibrada.

Alerto também para o crescimento desenfreado do trabalho precário, à medida que surgem novas tecnologias e se deslocalizam serviços e indústrias. O trabalhador precário está cada vez mais isolado, sem identidade laboral, sem memória social e sem o sentido de pertença a uma comunidade.

Acima das preocupações económicas, coloco a consciência ética, social, política e ambiental. Só com esta prioridade poderemos combater a falta de cultura de responsabilidade e compromisso que provoca a corrupção, a ganância e a falta de solidariedade para com os necessitados.

A vontade de enriquecimento rápido a qualquer custo impede a tomada de decisões que teriam um maior sucesso a longo prazo.

Todos nós assistimos ao sobre-endividamento de famílias e empresas que, a par de casos de má gestão no sistema bancário, criaram graves problemas à economia nacional. O sistema jurídico português tem-se mostrado ineficiente em fazer justiça nestes casos.

Apelo ao sentido de responsabilidade de governantes, autarcas e em particular dos detentores do poder económico e a todos os Portugueses, para que respeitem sempre os valores éticos, rejeitando corajosamente qualquer forma de enriquecimento ilícito, em termos morais ou legais.

A importância da abertura de Portugal a todas as culturas e povos faz parte da nossa História. Neste sentido, congratulo-me com a eleição de um português, António Guterres, para secretário-geral da ONU. É uma honra para o nosso país.

Tendo participado em negociações de paz em vários conflitos internacionais, como por exemplo em Timor, na Síria e em países africanos de Língua Portuguesa, continuo disponível para colaborar no que for útil.

 Ao longo da nossa História valorizámos a transmissão de culturas, a integração racial e o intercâmbio económico. A nossa capacidade de adaptação a realidades diferentes oferece-nos vantagens únicas competitivas face às comunidades mais fechadas e resistentes à mudança.

Para aproveitarmos estas capacidades, valorizemos o enorme potencial que representa o nosso espaço de influência, sejam as comunidades portuguesas dispersas pelo mundo, sejam os países lusófonos, sejam aqueles povos com quem mantemos relações seculares.

Necessitamos promover uma profunda renovação da União Europeia, livre das pressões ideológicas e partidárias e dos interesses financeiros dos países mais fortes, e que defenda os valores Europeus do humanismo, da solidariedade e da liberdade.

No mundo ocidental assistimos a crescentes demonstrações contra governantes e regimes que, comprovadamente, cada vez menos servem os sentimentos maioritários dos povos. Verificamos um progressivo afastamento entre governantes e governados e o aparecimento de movimentos radicais que exploram o descontentamento popular.

As migrações em massa de povos suscitam em muitos os receios de profundas alterações nos nossos modos de vida em sociedade.
Felizmente nós, Portugueses, somos reconhecidos em todo o mundo, ao longo da História, por sabermos acolher os outros - diferentes em religião e raça - e integrá-los com a nossa espiritualidade cristã em torno dos grandes valores que unem as comunidades nacionais.

Portugal dá um bom exemplo ao permitir a entrada de refugiados de modo organizado para conseguir uma eficiente integração. No entanto os dramas que levam tantas pessoas a quererem imigrar para a Europa não se resolvem com a nossa hospitalidade. Importa criar condições económicas e de segurança nos seus países de origem, ou nas regiões fronteiriças, a fim de poderem regressar quando a situação se normalizar. 

 Espero que esta sensibilização aos nossos problemas nos dê coragem e nos ajude a desenhar projectos colectivos para os quais cada português se sinta chamado a contribuir com o seu esforço e exemplo pessoal.

Na recente evocação do dia de Cristo Rei, o Santo Padre encerrou com chave de ouro o Ano da Misericórdia, afirmando sobre Jesus Cristo: A sua realeza é paradoxal: o seu trono é a cruz; a sua coroa é de espinhos; não tem um cetro, mas põem-Lhe uma cana na mão; não usa vestidos sumptuosos, mas é privado da própria túnica; não tem anéis brilhantes nos dedos, mas as mãos trespassadas pelos pregos; não possui um tesouro, mas é vendido por trinta moedas."

Tenho bem presente esta lição de humildade do Papa Francisco. Não me move outro propósito senão servir Portugal, sempre ciente que a minha Família e eu representamos nove séculos da História de um Povo.

Para voltar a ser grande, esse Povo só precisa que não lhe cortem a Esperança e a Coroa que une Portugal.

 

 Viva Portugal!

 Dom Duarte, Duque de Bragança

Peculiaridades duma República Portuguesa

 

 (...) “sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins (vida, liberdade e felicidade), cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la” – (...) “Nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela [nação] não emane expressamente”.

 

Aclamação do Rei D. João IV, assento das cortes de Lisboa - 1641 

 

Decidiu a maioria governamental, como medida profiláctica contra a proverbial improdutividade doméstica, eliminar quatro feriados nacionais, dois religiosos e dois civis. É assim que, da sua exclusiva competência, o governo dá como eliminados o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro, numa curiosa medida que visa uma certa reciprocidade: com uma espécie de lei de talião, nem “tradicionalistas” nem “progressistas” (que me desculpe o leitor estes abusivos chavões) se ficam a rir. Esta solução aparentemente equitativa esconde contudo um fatal equívoco, porque sendo consensual que a revolução de 5 de Outubro de 1910 dividiu profundamente o país, é inegável que a restauração da independência, em 1640, uniu os portugueses em torno dum projecto de soberania que possibilita existirmos formalmente como tal e alimentarmos esta ou outras polémicas. De resto duvida-se que, no mais que previsível regresso ao poder, os nossos donos não se empenhem em recuperar rapidamente um dos seus principais símbolos em defesa daquilo que reclamam como “memória colectiva” (colectiva porque partilhada por mais do que uma pessoa).

Convém nesta altura explicar que “memória colectiva” é um peculiar conceito alimentado pelas nossas oligarquias com a tralha politicamente correcta e a espuma dos dias que as animam na sua mesquinha luta pela sobrevivência. Curiosamente, nessa “memória selectiva”, os heróis e os símbolos são escolhidos criteriosamente de um cardápio ideológico com o horizonte máximo de três ou quatro gerações. Acresce que, para grande contrariedade dos “nossos senhores”, não existe isso de “memória colectiva”; resultando os seus porfiados esforços educativos num fenómeno de “amnésia colectiva”, um assunto com que ninguém se preocupa afinal, porque, mesmo atreitos ao entretenimento e à fancaria, o mais das vezes aqui se vive em constante aflição com o pão à mesa.

Neste dia 1 de Dezembro o calendário assinala pela última vez como feriado nacional o Dia da Restauração da Independência, assunto que, na verdade, a poucos comove e cuja exumação acontecerá com o recato que inevitavelmente um sábado impõe à efeméride, há muito ameaçada pela indiferença dum regime apátrida e sem memória. O mesmo que reduziu a nossa designação oficial à apoucante designação de “república portuguesa”, ou seja, um mero adjectivo. Tudo isto é uma aterradora parábola que nos deveria afligir a todos… se é que, como Nação, sem darmos conta, não estaremos já em profundo estertor.

Aos inconformados, resta-nos o espaço doméstico, familiar e associativo, para hastearmos as nossas bandeiras e contrariarmos esta macabra dinâmica. Partilhando a herança duma profunda liberdade de consciência e semeando mensagens de esperança e dos valores perenes fundadores da portugalidade.

 

Publicado no Jornal i 30 de Novembro 2012

Amnésia colectiva

 

A “memória colectiva” é um peculiar conceito alimentado pelas oligarquias do regime com a tralha politicamente correcta e a espuma dos dias que anima os vencedores na sua mesquinha luta pelo poder. Curiosamente nessa “memória selectiva” os heróis e os símbolos são escolhidos criteriosamente de um cardápio ideológico com o horizonte máximo de três ou quatro gerações. Acontece que, para grande contrariedade dos “nossos senhores” não existe uma coisa dessas de “memória colectiva”; resultando os seus porfiados esforços num fenómeno de “amnésia colectiva”, um assunto afinal com que ninguém se preocupa porque, mesmo atreitos ao entretenimento e à fancaria o mais das vezes se vive apoquentado com o pão e o vinho à mesa.

No próximo dia 1 de Dezembro o calendário assinala pela última vez como Feriado Nacional o Dia da Restauração Independência, assunto que na verdade a poucos comove e cuja exumação acontecerá com o recato que inevitavelmente um Sábado impõe a uma data festiva há muitos anos ameaçada pela indiferença dum regime apátrida e sem memória. Uma terrível parábola que nos deveria afligir a todos se é que, sem darmos conta não estaremos já em profundo estertor como Nação.

 

Foto do autor - Efeitos Instagram

Contra o processo de apagamento da identidade portuguesa em curso

 

 

 

Recentemente, veio-me à memória uma aula de 2008 em que um conhecido professor da nossa praça dizia que as crises de identidade são características de nações com hiper-identidade. Estamos sempre a falar da nossa identidade precisamente por termos identidade a mais. A nossa longa História nacional tem um peso enorme sobre os nossos ombros, hoje obrigados ao temor reverencial troikista. O nosso passado é de uma grandeza que nos faz sentir como pigmeus, muitas vezes deixando-nos sem saber como lidar com ele. Daí o nosso eterno retorno mental e retórico às épocas áureas do domínio português sobre mares de todo o mundo. Daí a nossa servidão voluntária quando nos pretendem impor ideias que são simplesmente páginas novas no processo de apagamento da identidade portuguesa em curso. Vem isto a propósito de dois ataques do rolo unidimensionalizador do estado, que encontra quase sempre, infelizmente, uma enorme passividade da sociedade portuguesa em relação aos ataques por ele prosseguidos.

Em primeiro lugar, o mal afamado Acordo Ortográfico. Não pretendo estender-me numa análise do género da que muitos têm feito, e bem, sobre as incoerências linguísticas do próprio acordo ou os errados critérios e interesses que o norteiam, como Pedro Mexia salientou num excelente artigo publicado no Expresso de 14 de Janeiro de 2012. E não o pretendo fazer porque, antes de mais, fazê-lo é aceitar a existência do próprio acordo. É aceitar que o estado é dono da língua. É aceitar que, sem que ninguém lhe tenha conferido esse mandato, o estado se pode arrogar a possibilidade de fazer o que quer com a língua. No caso em apreço, é aceitar que o estado pode convocar um grupo de alegados iluminados e permitir-lhes redesenhar a língua de milhões de pessoas a seu bel-prazer. Escapa a estes iluminados, provavelmente herdeiros da filosofia cartesiana que incorre no racionalismo construtivista – um ignóbil produto da modernidade que inspirou totalitarismos assentes no princípio de que é possível desenhar ou redesenhar uma sociedade complexa a partir de cima, ou seja, do aparelho estatal – uma coisa tão simples quanto isto: a língua é uma das instituições humanas originada e desenvolvida espontaneamente, i.e., através da interacção de milhões de indivíduos ao longo do tempo. A língua originou-se através da natural evolução humana e é por via das interacções que se registam numa comunidade ou sociedade que se vai modificando, de forma lenta, gradual e sem coerção estatal. A língua não é produto nem pode ser apropriada por um aparelho cuja fundação é posterior ao momento de origem da língua da sociedade de onde aquele emana. Sinto-me ultrajado com este acordo e pela violentíssima forma como o estado tem avançado para o impor. Raras vezes tenho sentido uma revolta tão grande, uma revolta que cada vez mais me custa calar e que é, com toda a certeza, partilhada por milhões dos meus compatriotas. É difícil, mas não impossível, resistir ao rolo unidimensionalizador da única instituição que detém o monopólio da força legítima. Mas não resistir é aceitar a coação estatal num domínio que é nosso, dos indivíduos e da sociedade, dos portugueses, não do estado. E é por isto que sou terminantemente contra a existência de qualquer acordo ortográfico. Este ou outros (e sim, sei que se fizeram vários ao longo do século XX e sempre por razões políticas). Não discuto os critérios do acordo porque, por uma questão de princípio, este nem sequer deveria existir.


Em segundo lugar, como não poderia deixar de ser, quero referir-me à recentemente anunciada extinção da celebração do dia da Restauração da Independência. Também este assunto pairou no debate público português ao longo dos últimos meses, não faltando quem sugerisse quais os feriados que deveriam acabar. Ora, mais uma vez, isto prefigura uma situação inaceitável. Conforme salientou João César das Neves no Diário de Notícias de 7 de Novembro de 2011, num artigo muito oportunamente intitulado “Os limites da política”, «O Governo não é dono disto». Não compete ao governo, ou pelo menos não deveríamos deixar que lhe competisse, dispor como bem entender de celebrações que pertencem ao domínio da sociedade, que são reflexo dos mitos com que inventámos a nossa nação. Mas já que o está a fazer, então a referida extinção torna-se ainda mais escabrosa quando pensamos que o 5 de Outubro de 1910 continua a ser celebrado. Se nos recordarmos que a fundação do actual regime já é celebrada a 25 de Abril, torna-se ofensivo e acintoso. Ademais, perante mais esta ofensa à nossa identidade, permite-nos perguntar porque não mudar a celebração do Dia de Portugal de 10 de Junho para o Dia da Restauração da Independência, sendo o 1º de Dezembro uma data fundamental na construção do estado moderno em Portugal? Ou será que os pruridos que assistem a alguns iberistas e à laboriosamente ofendida Câmara de Comércio espanhola e aos seus bem pagos delegados empresariais portugueses não o permitem? Em tom provocador, gostaríamos de saber se em Buenos Aires também se exige aos argentinos a liquidação do feriado do 25 de Maio, essa tremenda “ofensa aos espanhóis que dão trabalho” a tantos cidadãos daquele país sul-americano? Melhor ainda, e que tal mudar o mesmo Dia de Portugal para 1 de Dezembro, mas em vez de meia dúzia dos donos do poder celebrarem em frente da Câmara Municipal de Lisboa a Implantação do regime que criou as condições para 48 anos de ditadura, passávamos todos a celebrar o 5 de Outubro de 1143, data da assinatura do Tratado de Zamora e, consequentemente, da fundação de Portugal? Aliás, devemos ser o único país do mundo com a originalidade de não celebrar a sua Independência. O que se torna simplesmente ridículo perante a nossa enorme e longa História.

Tudo isto porque, relembrando Jacques Le Goff, sabemos que é na memória que cresce a história, e um povo sem memória é um povo sem futuro, pelo que importa não esquecer a nossa tradição e salientar, de acordo com José Adelino Maltez no seu recente Abecedário Simbiótico, que «Ser pela tradição é saber recuar, em pensamento e em entusiasmo, para, aprofundando o presente, dar raízes ao futuro, e melhor se poder avançar (…).» Com saudades de futuro, neste nosso Portugal por cumprir, há que continuar a ser livre, isto é, a dizer não, porque a essência do homem livre é ser do contra – não renunciando, antes pelo contrário, à participação cívica. Como assinalou Camus, a revolta surge do espectáculo do irracional a par com uma condição injusta e incompreensível. Perante os ataques desferidos, muitos continuam a não compreender Fernando Pessoa quando este nos diz que «O Estado está acima do cidadão, mas o Homem está acima do Estado». Compete-nos fazer os possíveis e impossíveis para acabar com esta violência sobre todos nós.


Samuel de Paiva Pires in Diário Digital (23-Jan-2012) 

 

Discurso de Luís Lavradio presidente da Causa Real por ocasião do Jantar dos Conjurados 2011

 

Altezas Reais,

Minhas senhoras e meus senhores:

 

A Mensagem com que S.A.R. nos brindou, ponderada e oportuna como sempre, não carece de comentários nem de acrescentos.

 

Senhor Dom Duarte, se Va. Alteza Real fosse Rei, certamente que estaríamos mais bem servidos.

 

Veríamos no nosso Rei e na Família Real uma ligação directa e ininterrupta à nossa história milenar, ao desenvolvimento da nossa consciência enquanto portugueses, da nossa independência enquanto Nação. A família que nos dá hoje a honra, uma vez mais, de enriquecer este nosso jantar, é a mesma que com D. Afonso Henriques fundou o nosso país, que consolidou a nossa independência pela mão de D. João I e da extraordinária coragem de São Nuno de Santa Maria, e que na pessoa de D. João IV a recuperou em 1 de Dezembro de 1640.

 

Um dos maiores estadista do século XX, Winston Churchill, monárquico de grande convicção, escreveu “The farther back you can look, the farther forward you are likely to see.” O nosso conhecimento do passado torna mais nítida a nossa percepção do futuro.

 

Nesse sentido, se fosse Rei, Va Alteza seria certamente um símbolo de esperança no futuro, deixando-nos emocionalmente mais estáveis, mais conscientes das nossas capacidades e, naturalmente, mais preocupados em educar os nossos filhos a servir Portugal e não a servir-se dele.

 

Cabe-me a mim agradecer a Vas. Altezas Reais reiterando o privilégio que sentimos todos em poder partilhar a celebração desta data com a nossa Família Real.

 

 

Não querendo abusar da Va. paciência, não posso deixar de falar da Causa Real. Tem aparecido na Internet uma frase minha que julgo sintetiza aquilo que é a Causa Real hoje: "A Causa Real só faz sentido se estiver virada para o futuro… temos que incentivar uma mudança de atitude, apresentando uma alternativa política para o País que traz vantagens concretas para o Portugal do século XXI."

 

Há já muito trabalho a ser feito para que possamos realizar este nosso objectivo, e aproveito para vos falar de três destes projectos, que temos vindo a desenvolver na continuidade das alterações estruturantes efectuadas pelo Dr Paulo Teixeira Pinto,  assim como dos principais obstáculos e preocupações com que nos debatemos e que acho que vale a pena frisar. 

   

Temos um projecto de comunicação ambicioso, mas muito sólido e absolutamente necessário, que urge implementar. Inclui uma renovação da imagem da Causa Real, uma redefinição do seu posicionamento online, razão pela qual o nosso site está em construção, e uma nova abordagem à comunicação que nos possibilita chegar a todos os portugueses. Se formos bem sucedidos, e eu acredito que seremos, a Causa Real ficará dotada, pela primeira vez, de uma plataforma dinâmica de comunicação e informação a nível internacional, assim como de uma rede eficaz de comunicação interna por forma a agilizar a coordenação e cooperação com as suas estruturas regionais – as Reais Associações. A ideia não é nova, mas temos ao nos dispor instrumentos que nunca tivemos, para poder consolidar as nossas bases e revolucionar a forma como comunicamos com o público, dando maior visibilidade e credibilidade à nossa mensagem. 

 

Mas o nosso projecto passa também pelos meios tradicionais, e posso já avançar que hoje mesmo foi assinado um Acordo de Princípios entre a Causa Real e a Real Associação de Lisboa, que visa lançar a nível nacional e, eventualmente, internacional o excelente boletim oficial da Real Associação de Lisboa (única publicação periódica monárquica), o Correio Real. Será uma voz da Causa Real para todos os nossos associados. Já muitos conhecem a qualidade desta publicação que será certamente enriquecida por este alargamento significativo da sua base de leitores Como sabem, os associados das Reais que compõem a Causa Real são automaticamente associados desta, e esta ideia propõe compensar com algo tangível aqueles que regularmente vão apoiando as Reais Associações, pagando as suas quotas, e incentiva as Reais a obter um número crescente de associados e estes a manter as suas quotas em dia.

 

Além de isso, a nossa comunicação precisa de conteúdo e a nossa mensagem de maior substância.

 

Por estas razões, decidi convidar um conjunto de profissionais de reconhecido mérito nas suas áreas de actividade, para desenvolver dois trabalhos que consideramos fundamentais para um movimento como o nosso. O primeiro passa por uma análise histórica do nosso passado constitucional e um análise comparativa das estruturas jurídicas e políticas das actuais monarquias europeias, procurando apresentar uma visão do que poderia constituir uma monarquia constitucional moderna em Portugal e a forma de lá chegarmos. O segundo grupo de trabalho centrar-se-á numa análise de custo-benefício dessa mesma estrutura, realçando não só as poupanças esperadas de uma mudança de regime, como também os potenciais benefícios económicos do mesmo. Queria agradecer desde já a generosa disponibilidade de quem anuiu ao meu convite e que nos honra com o seu compromisso. Não querendo entrar em mais detalhes, posso vos confirmar que contaremos com o brilhantismo de José Adelino Maltez, António Nogueira Leite e Diogo de Lucena.

 

Para estes projectos e outros que temos em mãos, temos procurado a cooperação das Reais Associações, dos nossos associados e de simpatizantes que nos têm abordado com ideias ou simplesmente com a sua disponibilidade. Somos todos voluntários o que, necessariamente, restringe a nossa capacidade de actuação. Mas estamos cá pela convicção de que há um caminho diferente e melhor para Portugal, que passa pelo restabelecimento da Instituição Real.

 

Apesar da forma voluntária com que muitos têm dedicado o seu tempo à nossa Causa há, imprescindivelmente, contas a pagar e há projectos, como o nosso projecto de comunicação, que dependem em grande parte de recursos que não possuímos. Não posso deixar de vos apelar para que ajudem a Causa a levar os nosso objectivos em frente através de uma simples contribuição. Do nosso lado, a Causa Real tem procurado reduzir ao máximo os custos inerentes à sua actividade, para que possamos canalizar recursos tanto para aqueles que mais precisam como para os projectos que actualmente procuramos desenvolver.

 

Lembro que este ano, e pela primeira vez, a Causa Real fez questão de fazer reverter a receita do Jantar dos Conjurados a favor de uma instituição de solidariedade escolhida por SS.AA.RR., neste caso o Banco do Bebé. Esta associação de cariz privativo e voluntário apoia as mães que mais precisam, com o provisionamento de enxovais e outros produtos de primeira necessidade para os seus recém-nascidos, ajudando a formar novas famílias portuguesas. Vamos tentar angariar o suficiente para presentear o Banco do Bebé com 10 enxovais, um exemplo do qual está exposto aqui na sala.

 

Antes de acabar, queria agradecer a todos a Va. presença, imprescindível, quer sejam já habitués ou estejam cá pela primeira vez.

 

Há também um conjunto de pessoas e instituições que não posso deixar de sublinhar, pois sem eles a organização deste evento teria sido impossível. À generosidade de Nuno Pinto de Magalhães e da Centralcer, cujo apoio constante tem trazido a Sagres Bohemia, cerveja da Mesa Real, às nossas mesas. A toda a equipa do CCB e em particular à Rita Correia que teve que aturar as nossas exigências e negociações semanas a fio. À equipa de catering que nos proporcionou este delicioso jantar, muito especialmente ao Gonçalo Figueiredo do Barros pela a sua ajuda incondicional e ao Sr Mesquita pela sua simpatia e paciência. Ao Miguel Anadia e à sua Companhia das Quintas, fornecedores de um espumante que se enquadraria perfeitamente numa das Grandes Marques. Ao Vasco Cascais que nos emprestou um belíssimo e enorme exemplar de uma bandeira portuguesa, com sentido estético! À Festa Aluga e à HIgh Concept & Touch e à sua Directora Geral Mafalda Figueiredo, pelo seu trabalho incansável na organização dos detalhes de tudo. Finalmente um agradecimento aos da Casa. Ao João Mattos e Silva, Presidente da Real Associação de Lisboa e à sua equipa que tiveram, mais uma vez, o trabalho mais ingrato e mais exigente, e o fizeram sem pestanejar e sempre com um sorriso na cara. Ao staff de voluntários aqui presente, muitos dos quais tenho a honra de conhecer pessoalmente. E à Comissão Executiva da Causa Real, que com um verdadeiro espírito de equipa tem mantido a minha esperança de que tudo é possível. Aqui quero realçar o trabalho da Alexandra Vasconcelos, que não pode estar hoje connosco, pois a responsabilidade deste jantar coube-lhe a ela. A todos os meus sinceros agradecimentos.  

 

Acabo pedindo que se juntem a mim bebendo à saúde de SS.AA.RR. os Duques de Bragança que encarnando a nossa história representam uma instituição que será sempre um símbolo de esperança para o futuro de Portugal. Winston Churchill certamente que aprovaria!

 

Viva Portugal!

 

30 de Novembro de 2011

Luís lavradio, Presidente da Causa Real

Independência...

 

 

Ao contrário dos maçons que por já por aí uivam e acirrados rosnam salivando ódio com a ameaça da extinção do 5 de Outubro, o modo conformado com que a Igreja concede na eliminação de duas importantes festas religiosas, coincide com a maneira cordata característica das forças mais tradicionalistas, que também se resignam com o fim do feriado da Restauração da Independência. De facto não virá daí grande mal ao mundo, mas o fenómeno encerra em si um terrível simbolismo: quem é que por estes dias quer saber verdadeiramente dessa coisa extravagante chamada soberania, ou ainda desse capricho da “independência”?

 

 

De resto, ontem à noite, quase setecentos portugueses entre os quais muitos jovens juntaram-se no Centro Cultural de Belém numa evocação aos heróis que há 371 anos instauraram a “Dinastia Portuguesa” da Casa de Bragança em torno do Chefe da Casa Real Portuguesa. Com a habitual leitura da mensagem de S.A.R. tratou-se duma sóbria manifestação de sentido pátrio e solidariedade olimpicamente ignorada pelos média, demasiado ocupados  com o exercício de bajulação ao decrépito regime encarnado por Mário Soares que promovia uma vernissage na sala ao lado com o lançamento do seu livro.
Porreiro pá!

 

Mensagem de S.A.R. O Duque de Bragança no 1º de Dezembro 2011

 

Portugal atravessa uma das maiores crises da sua longa vida. Crise que, disfarçada por enganosas facilidades, foi silenciosamente avançando assumindo hoje consequências dolorosas para as pessoas, famílias e empresas.

A soberania de Portugal está gravemente ameaçada. A História, na crueza dos seus factos, revela-nos que, sempre que o País ficou enfraquecido, aumentou a vulnerabilidade à perda da sua Independência.

Até a razão por que hoje aqui nos encontramos, comemorando a Restauração da Independência de Portugal, pretende, por alguns, ser desvalorizada face à ameaça de extinção do feriado evocativo do Dia que mais devia unir todos os portugueses.

Sinal dos tempos…

A actual e humilhante dependência de Portugal dos credores internacionais é comparável à que resultou da crise financeira de 1890-1892, com tão graves consequências para a Nação e que levou ao fim do Regime da nossa Monarquia Democrática .

Tão importante como resolver a complexa situação interna que exige inevitáveis medidas de austeridade, é analisar as razões que nos levaram ao estado em que hoje nos encontramos.

Torna-se urgente proceder, através de um amplo debate nacional, a uma rigorosa e descomplexada análise dos modelos económico e político que estiveram na origem do depauperamento do Estado.

Cada vez é mais notório que os portugueses não se revêem no modelo de representatividade política em vigor.

Será que o Povo se identifica com os seus formais representantes?

Será que a nossa Democracia deverá ficar confinada a um modelo que já demonstrou não ser suficiente e eficaz?

Porque não considerar outras formas de representação popular complementares, através de outro tipo de representantes mais directamente relacionadas com a população, por exemplo, oriundos dos Municípios, modelo este com raízes profundas nas tradições históricas e culturais de Portugal?

Também no campo económico, necessitamos trabalhar para melhorarmos a nossa auto-suficiência, através de estímulos e incentivos para o desenvolvimento da indústria nacional e da recuperação prioritária das actividades agrícolas e relacionadas com o Mar.

É  inaceitável e perigoso que a maior parte dos alimentos que consumimos venha do estrangeiro!

Como repetidamente tenho alertadoem anteriores Mensagense entrevistas, no actual contexto, o aprofundamento consequente das relações culturais e económicas entre os países lusófonos, mais do que um objectivo, constitui uma verdadeira necessidade estratégica que, por natural, reúne todas as condições quer para o sucesso do desenvolvimento dos seus Estados quer para o aumento do bem-estar das suas populações.

Do muito que se pode fazer neste domínio cito como exemplo a criação de um espaço económico comum aos países da CPLP, integrando a troca de bens produzidos no seu âmbito e o intercâmbio de jovens universitários ou em formação profissional. Acredito que CPLP deveria evoluir para uma Confederação de Estados Lusófonos.

 

Antes da crise económica e financeira, já se encontrava instalada uma crise de ordem moral e ideológica.

Os tempos são difíceis mas poderão ser mais facilmente suportáveis se os portugueses estiverem cientes de que o esforço que lhes está a ser exigido se justifica para salvar a Pátria.

É preciso mudar o estilo de vida que artificialmente foi cultivado nas últimas décadas e adequarmos os nossos hábitos à realidade do País.

Exige-se, para tal, uma rigorosa responsabilização moral que começa pelos Governantes que, mais do que nunca, devem esclarecer com verdade as suas acções, começando por informar a Nação sobre o concreto destino dos avultados financiamentos resultantes dos compromissos assumidos pelo Estado Português ao abrigo do Plano de Assistência Económica e Financeira – “As boas contas fazem os bons amigos!”

Perante a herança que as próximas gerações vão receber, é nosso dever, no mínimo, contribuir para lhes facultar as melhores ferramentas para o seu futuro e o de Portugal: educando-os e formando-os com respeito pelos princípios da honra, da responsabilidade e do amor à Pátria.

A dúvida que hoje se coloca não é a de que País vamos deixar aos nossos filhos mas sim que filhos devemos deixar ao nosso País.

Confio na força anímica que, como Povo, sempre soubemos revelar perante os desafios mais difíceis. Especialmente na nossa juventude, que bem preparada, com a sua criatividade, generosidade e determinação, conseguirá restaurar Portugal!

 

Acredito que os nossos governantes tirem conclusões dos erros passados e que tenham a inteligência e vontade de corrigir o que ainda for possível emendar colocando Portugal acima dos interesses partidários.

 

Assim Deus nos ajude!

 

O Chefe da Casa Real portuguesa, D. Duarte Duque de Bragança

1º de Dezembro 2010 – A interpelação da alma portuguesa

 

Seguindo uma já longa tradição, ontem à noite cerca de oitocentos portugueses juntaram-se em torno da sua Família Real num tão sóbrio quanto elegante jantar no Convento do Beato, celebrando 370 anos da restauração da independência nacional, consubstanciada então na aclamação da dinastia de Bragança, uma preciosa conquista cuja herança não pode ser desbaratada.

Hoje de novo perante alarmantes sinais de depressão e perda de soberania nacional, é reconfortante escutar as inspiradoras as palavras do Chefe da Casa Real, o Duque de Bragança que, na sua magnanimidade, uma vez mais se afirma presente.
Provocador foi o desafio do presidente da Causa Real, Dr. Paulo Teixeira Pinto, referindo que aos conjurados presentes em tão grande número no jantar, lhes falta cumprir o ideal dos seus inconformados antepassados de 1640: os duros desafios que aí vêm requerem desacomodação e voluntarismo, a interpelação da alma portuguesa.

 

Da esquerda para a direita: os Infantes D. Diniz, D. Maria Francisca e D. Afonso,

com a mãe, D. Isabel de Bragança durante a alocução do Chefe da casa Real
Portuguesa, S.A.R Dom Duarte de Bragança.

 

Panorâmica dos claustros do Convento do Beato durante
o jantar que obteve uma assinalável adesão juvenil

 

Fotos: agradecimentos ao Raul Bugalho Pinto

A Real Associação de Lisboa é uma estrutura regional integrante da Causa Real, o movimento monárquico de âmbito nacional. Esta é uma associação que visa a divulgação, promoção e defesa da monarquia e da Instituição Real corporizada na Coroa Portuguesa, cujos direitos dinásticos estão na pessoa do Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança e em quem legitimamente lhe vier a suceder. Cabe a esta associação a prossecução de iniciativas e de projectos de interesse cultural, social, assistencial e de solidariedade que visem a dignificação, a valorização e o desenvolvimento dos seus associados e da comunidade em que se insere.

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