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BLOGUE REAL ASSOCIAÇÃO DE LISBOA

O voto de um monárquico - Opinião

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Estamos em vésperas de eleições. No próximo ano entre 23 e 26 de Maio teremos a eleição dos deputados ao Parlamento Europeu (Europeias) para um mandato de 5 anos e em meados de Setembro/Outubro a eleição da Assembleia da República (Legislativas) para um mandato de 4 anos.

A abstenção tem sido um problema que assola os actos eleitorais e o cumprimento da democracia. Há variadíssimas razões para não se ir votar, ou porque está sol e vou para a praia ou está a chover e fico em casa, ou estou contente e “deixa andar” ou não vale a pena lá ir pois é mais do mesmo, e ainda para mais com o aparecimento do novo fenómeno democrático “os geringonços”. Tudo isto são razões, mas quem assim se justifica, não tem razão nenhuma!

O voto devia ser obrigatório, (salvo raras excepções como motivos de doença ou ausência do País, que certamente com a digitalização dos actos eleitorais, essas falhas ao sistema, ficariam sanadas). No entanto, é imperativo começarmos desde já, e aqui as juventudes partidárias têm um papel fulcral, a incutir na mente do povo, que o voto acima de um direito, deve ser um dever. E um direito e dever não para qualquer cidadão que seja maior de idade, mas sim para quem tenha concluído a escolaridade mínima obrigatória, para que vote minimamente esclarecido, e num candidato, ideia ou proposta com que se identifique e não com base na filosofia do “quem dá mais”, por ter recebido uma caneta ou um chapéu de candidato x ou y. É que chapéus há muitos, candidatos válidos para levar este País que foi tão nobre e está tão pobre a bom porto, é que já não.

Como monárquico assumido e convicto que sou, muitos amigos perguntam-me o que leva um monárquico a votar nas presidenciais? “Não tem lógica nenhuma!” – dizem eles. Respondo que tem toda a lógica, pois o voto é um direito que me assiste e um dever enquanto cidadão e democrata (cristão). Já para não evocar todos aqueles que lutaram pela conquista deste direito, para que hoje em dia seja um direito intrínseco na figura de um cidadão de um Estado de Direito. Isto é prova da confusão que paira na cabeça dos eleitores. Uma coisa é abster-se, outra é votar em branco ou “anular” o boletim de voto. (Obviamente, nas presidenciais o meu voto é sempre igual, desenho uma coroa e escrevo Viva o Rei!). E faço-o pela lógica das minhas convicções, de que Portugal estaria bem melhor se tivéssemos uma monarquia constitucional, com órgãos políticos eleitos democraticamente, sendo a chefia de Estado assegurada por um Rei. Faço-o igualmente em jeito de protesto, por defender que a Família Real deve ter o seu lugar (e condignamente) no Protocolo de Estado, e por crer que numa próxima revisão constitucional deveria haver a liberdade de opção de alteração do actual sistema. Não é honesto não se perguntar qual a preferência dos portugueses sobre esta questão, quando até a própria república foi proclamada por golpe militar e nunca foi referendada.

No meu entender, o voto nulo representa a minha vontade em exercer o meu direito e dever enquanto cidadão, e a minha inconformidade com a actual realidade e opções que se me apresentam. É um sinal de que apesar de discordância, ou descrença na “oferta”, abdiquei da minha zona de conforto e fui votar (faça chuva ou faça sol). Por outro lado, o voto branco (apesar de sempre melhor do que a abstenção), não exprime ou reflecte a vontade do eleitor, pois a sua interpretação é susceptível de subjectividade. Tanto pode significar o conformismo que caracteriza a maioria de nós em relação às injustiças do sistema político, como pode significar a ausência de uma opção com a qual o eleitor se identifique e que vá ao encontro dos seus ideais.

 

Pedro Ferreira de Carvalho 

Excerto de artigo publicado originalmente aqui

 

A Real Associação de Lisboa é uma estrutura regional integrante da Causa Real, o movimento monárquico de âmbito nacional. Esta é uma associação que visa a divulgação, promoção e defesa da monarquia e da Instituição Real corporizada na Coroa Portuguesa, cujos direitos dinásticos estão na pessoa do Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança e em quem legitimamente lhe vier a suceder. Cabe a esta associação a prossecução de iniciativas e de projectos de interesse cultural, social, assistencial e de solidariedade que visem a dignificação, a valorização e o desenvolvimento dos seus associados e da comunidade em que se insere.

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