Monarquia ou república?
"A figura do Presidente da República não consegue a mesma unidade que um rei.
Em Espanha há uma divisão política
grande e penso que, de outra forma,
não seria possível manter a unidade do país".
Pilar del Rio diz que não faz sentido falar nesse tipo de referendos. "Fazia mais sentido saber se as políticas da troika se deviam aplicar porque estão a destruir o estado social. A república é um regime mais moderno mas não é perfeito", contrapõe. Pilar defende ainda que, com a renúncia de Juan Carlos, "a monarquia arcaica mostrou ser capaz de renovar-se antes dos partidos políticos que têm apenas 38 anos de vida".
Para a jornalista e tradutora e companheira do Nobel da Literatura, José Saramago: "Filipe é sensível, educado, uma pessoa do nosso tempo. Não impõe o que está na sua cabeça. Tem um projeto e está a trabalhar nele. Faço votos que a sua primeira viagem seja à Catalunha e para falar de federalismo. Federalismo e pluralismo. Porque Espanha é um estado plural, livre, com referendos."
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A esta pergunta colocada pelo Jornal Expresso respondeu Belén Rodrigo, jornalista e correspondente do jornal espanhol ABC em Portugal e a viver há 13 anos em Lisboa, dizendo que, foi na república portuguesa que mais se apercebeu das vantagens da monarquia espanhola, concluindo que: "A figura do Presidente da República não consegue a mesma unidade que um rei. Em Espanha há uma divisão política grande e penso que, de outra forma, não seria possível manter a unidade do país".
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Quique Flores, antigo treinador do Benfica e fiel apoiante da monarquia, defende que Juan Carlos soube sair na hora certa e realça o legado do rei. "Tal como a maioria dos espanhóis, acredito, tenho muito a agradecer a Juan Carlos, que soube fazer uma maravilhosa mudança do regime ditatorial de Franco para a democracia", diz o antigo treinador do Benfica, nada surpreso com a abdicação "voluntária".
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