Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

BLOGUE REAL ASSOCIAÇÃO DE LISBOA

Escola para a submissão

  

Como educador de quatro crianças, encontro amiúde uma tão premente quanto velha questão com a qual fui de novo confrontado há dias ao ajudar a minha filha num trabalho de História do 6º ano sobre a Revolução Francesa: acontece que passam governos de direita e de esquerda, passam anos e décadas depois do PREC e nós conformados que se continue a ensinar às criancinhas a disciplina de História sob a óptica do Materialismo Histórico. Acontece que dá muito trabalho desmontar da cabeça duma criança a perspectiva do passado maniqueísta, repleta de juízos explícitos sobre uma Nobreza opressora, um Clero interesseiro, uma Burguesia gananciosa e o povo oprimido, vítima de tudo o mais. Ensina-se aos miúdos que a História da humanidade é um campo de batalha entre classes sociais (tornadas entidades corpóreas auto-conscientes), entre opressores e oprimidos, uma ascendente sucessão de acontecimentos, cujo desenlace é a vitória dos bons contra os maus, consubstanciada na modernidade dos dias de hoje.
Infelizmente ou felizmente a coisa não funciona assim e percebe-se que seja considerado perverso pelos pedagogos do regime revelar às criancinhas certas “fontes”, factos e pensamentos que denunciem a prevalência de um relativismo casuístico na História.
De facto como referia há umas semanas Filipe Paiva Cardoso, no jornal i custa a aceitar que o nosso país não tenha a força para reclamar o lugar de topo na história da civilização, quando, quase cento e cinquenta anos antes da Tomada da Bastilha, exibe num seu documento fundacional, a legitimação democrática de D. João IV, no assento das cortes de Lisboa em 1641, algo como “[...] sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins [vida, liberdade e felicidade], cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la” – e “Nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela [nação] não emane expressamente”.
De resto, quase duzentos anos depois de outorgada Carta Constitucional, nesta república modernaça e democrática por acaso hipotecada aos estrangeiros, alguém acredita que a igualdade do cidadão perante a lei já tenha passado das intenções à realidade? E sabiam V. exas que, ao contrário do que acontecia na Idade Média a que eles chamam “das Trevas”, hoje neste País é possível adquirir-se um relógio por 5.000.000 euros ou um Yacht por 500.000.000,00 de euros, enquanto uma família dos subúrbios de Lisboa vive com 500,00 euros por mês, e uma outra em África sobrevive com um por dia? Querem impingir uma linha condutora a isto tudo? Haja paciência!

2 comentários

Comentar post

A Real Associação de Lisboa é uma estrutura regional integrante da Causa Real, o movimento monárquico de âmbito nacional. Esta é uma associação que visa a divulgação, promoção e defesa da monarquia e da Instituição Real corporizada na Coroa Portuguesa, cujos direitos dinásticos estão na pessoa do Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança e em quem legitimamente lhe vier a suceder. Cabe a esta associação a prossecução de iniciativas e de projectos de interesse cultural, social, assistencial e de solidariedade que visem a dignificação, a valorização e o desenvolvimento dos seus associados e da comunidade em que se insere.

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D