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BLOGUE REAL ASSOCIAÇÃO DE LISBOA

Quanto maior, melhor



Ficámos a conhecer, há dias, o projecto com que Paredes pretende contribuir para o centenário da república. Paredes propõe-se gastar um milhão de euros na construção de um gigantesco mastro, na ponta do qual sugere seja desfraldada uma também desmesurada bandeira.

Não tenho, como é evidente, nenhum preconceito contra a bandeira, cujo culto um brasileiro técnico de futebol logrou resgatar nas barbinhas das esquerdas mais encarniçadas. Não sou daqueles que reprovam tudo quanto possa soar a serôdias evocações de tempos que se querem idos. Mas não julgo adequado que se instrumentalizem os símbolos nacionais, pondo-os na disponibilidade de criativos, mais ou menos imaginativos, que nutrirão por esses mesmos símbolos os afectos que costumamos dispensar às larvas de gafanhoto.

Do perdulário orçamento do Estado, garantem-nos, não sairá um euro para custear este folclore, embora saibamos que cada cêntimo que for gasto na paródia que vão ser as comemorações oficiais é menos um que é investido naquilo que verdadeiramente acossa os portugueses. Mas nós, povo intrépido, sempre fomos pródigos em projectos ingentes. Construímos e mantivemos um dos maiores impérios do globo… mas, como vaticinou o poeta, “outros haverão de ter o que houvermos de perder”… e não mais parámos. Continuámos na peugada da excepção e temos para exibir o maior fogareiro de castanhas do mundo, maravilhamo-nos com a maior árvore de Natal de que há memória e organizámos a maior feijoada-servida-em-tabuleiro-de-pontes-sobre-rios da história da humanidade. Um povo capaz destas façanhas não terá engenho e arte para erguer um mastro como deve ser e manter ondulante uma bandeira de dimensões consideráveis? Tem. Para isso e para muito mais.

E para ser franco, o despesismo, os absurdos, os crimes, os desvarios, as corrupções, os dislates, as traições, os disparates e os desatinos destes últimos 100 anos são tantos, e tão impressivos, que uma bandeirinha de dimensões paroquiais não conseguiria fazer justiça a todas as patifarias que a república nos concedeu. Para mim, quanto maior, melhor.

E que todos os que ponham os olhos nela se lembrem do que representa tão bem parida ideia!

Nuno  Pombo

 

em Diário Digital

Insulto à memória da Rainha Dona Amélia


O Museu Nacional dos Coches foi, como todos sabem, obra da Rainha Dona Amélia, a última rainha de Portugal, mulher, nascida francesa e morrendo convictamente portuguesa.

Assim, pergunto que direito tem o governo português de insultar a sua memória ao querer reerguer um novo museu dos coches a inaugurar no centenário da Implantação da Republica, acto esse que foi o culminar de uma série de acontecimentos fatídicos que a vitimaram, como o assassinato do seu marido e Rei, de seu filho e Herdeiro e que a exilou? Naturalmente não se põe aqui uma questão de Monarquia/ República. Apenas que se respeitem as memórias.

Vejamos de quem estamos a falar:

A 1 de Fevereiro de 1908 a família real regressada a Lisboa, sofre um atentado onde o Rei D. Carlos e o Príncipe Herdeiro D. Luis Filipe são mortos.

Dois anos depois, é implantada a república e é obrigada a partir para o exílio a 5 de Outubro de 1910 juntamente com a sogra, a Rainha Maria Pia e o seu filho mais novo, o já Rei D. Manuel II.

Os Bragança não fogem do reino. Embarcam inicialmente para o Porto. “Não chorámos, não pedimos, não tivemos medo. Ao contrario. Se houve um comandante com medo de morrer, não houve duas rainhas com medo de ficar”, afirmaria D. Amélia em 1938.

Parte posteriormente para Londres e após o casamento de seu filho radica-se em Versalhes.

Nestes anos de exílio casou o filho e viu-o morrer bem como toda a sua família directa, passando então a simbolizar toda uma dinastia, da qual era a única representante viva.

Durante a II Guerra Mundial, o governo de Salazar, ofereceu-lhe asilo político, que ela recusou, e declarou o castelo dos duques de Orleães, território nacional, tornando-o território neutro, intocável, na França ocupada.

Perguntaram-lhe um dia se recordava Portugal ao que respondeu: “Recordar?! Recordar é ter esquecido uma vez. Eu nunca esqueci”

A Rainha morreu aos 86 anos, profundamente atingida na sua felicidade de mulher, de esposa e de mãe, mas nunca na de Rainha.

Já no seu leito de morte afirmou” quero bem a todos os portugueses, mesmo aqueles que me fizeram mal (…) sofro tanto. Deus está comigo. Levem-me para Portugal” e faleceu.

É a sua memória que a inauguração do novo Museu dois Coches a 5 de Outubro de 2010 insulta.

 

Jorge Santos Silva daqui

 

Monarquia nova

 

Por mais que os seus detractores insistam, ancorados em complexos e preconceitos malsãos e numa certa subcultura de burguesia de dinheiro novo inseguro, a evidência é que a solução monárquica se coloca hoje como futurível e muitos portugueses, de esquerda como de direita, aceitam agora discutir a Restauração como tópico relevante da agenda política. De tema marginal, a possibilidade da Restauração ganhou paulatinamente adeptos. Já não é um dado de memória, partilhado e transmitido por herança familiar; é uma corrente de opinião que vai ganhando espaço, que concita simpatia e adesões em todos os escalões sociais e profissionais. A república habituara-se a monarquices extravagantes de dedos brasonados e bizantinas exibições genealógicas; hoje debate-se com uma verdadeira insurreição cultural que lhe mina os fundamentos, a legitimidade e desafia a sua mitologia. De facto, a república nunca teve republicanos e os que teve confundiram-se sempre com o Partido Democrático, essa coisa tentacular, carregada de baias e dominada por pulsões liberticidas. Os republicanos, hoje, são poucos, inconsistentes e invertebrados. Pedem a mudança na república, mas tudo o que defendem já foi experimentado e falhou: falhou no republicanismo parlamentar primo-republicano, com uma chefia de Estado simbólica, falhou com o cesarismo plebiscitário de Sidónio, falhou com a presidência submetida ao "presidencialismo do Presidente do Conselho", falhou com o semi-presidencialismo de voto directo universal que ainda temos. No fundo, a república é o passado e desse passado não se consegue libertar. Está, arrasta-se, finge consenso. Não sendo detestada é, no mínimo, desprezada. Viraram-lhe as costas, por ela não se interessam, não mobiliza corações nem inteligências. Refém das lutas partidárias, a chefia de Estado republicana passou a ser encarada como pré-aposentamento para os locatários de Belém. Vai-se descendo em intervenção, subindo na hierarquia do Estado. O Presidente é, hoje, um Roi fainéant, um falso rei constitucional, sem o prestígio de um monarca hereditário, sem a influência fáctica de que gozam os reis e com a tremenda e irreparável suspeita de continuar, por mais que o negue, a depender do(s) partido(s) que o colocaram na chefia do Estado.

Por seu turno, a possibilidade de uma monarquia nova parece identificar-se com a grande política e com a destinação de Portugal. Hoje, defender a monarquia pressupõe a defesa de uma certa ideia de Portugal, da lusofonia, da preservação do mínimo da soberania do Estado, das liberdades regionais, da separação de poderes, da fiscalização dos abusos cometidos pela partidocracia, de colocar no seu lugar os plutocratas mais as negociatas e os favores. Defender uma monarquia nova é sinónimo de reposição da respeitabilidade do Estado, da solidariedade social e da realização dos grandes objectivos colectivos.

Acabei de ler uma excelente antologia comentada de textos de Lord Salisbury, quiçá um dos maiores pensadores de acção conservadores do século XIX, infelizmente pouco conhecido pela generalidade dos conservadores portugueses. Salisbury era defensor da paz e do equilíbrio, teoria que aplicava aos negócios estrangeiros como aos assuntos internos. Para a sua realização, advertia para o perigo do imobilismo conservador e do aventureirismo trabalhista. Uma política serena, de unidade no essencial, com partilha de responsabilidades era, em suma, a sua solução. Portugal precisa, mais que no passado, desta concórdia e deste embainhar de espadas. Portugal precisa de recobrar a segurança e o ânimo, voltar a gostar de si, pensar as aventuras do futuro. A república atira-o para o passado, para a guerra civil, para a disputa miniatural, para o fulanismo. É por isso que sempre que olho para os nossos príncipes vejo essa possibilidade de recobro do direito que temos ao futuro.

 

Miguel Castelo Branco in Combustões

A conquista da Liberdade como paradigma de progresso

Sabemos como a Liberdade, o valor mais caro à humanidade, é um bem precário, quando não uma vã miragem. Os filósofos, escritores e cientistas há muito que sentenciaram um prognóstico: a contingência Humana é desde logo uma incontornável limitação aos seus profundos ensejos de realização, cabendo ao domínio do espírito a resolução desse problema. 

Mas se este tema em sentido filosófico é uma questão complexa e subjectiva, a abordagem que hoje aqui faço é duma perspectiva bem mais prosaica e vital: refiro-me àquilo que  uma sociedade evoluída pode e deve fazer pela promoção dos requisitos mais primários da Liberdade. 

Um Estado paternalista que proporciona uma educação deplorável e um ensino inadequado, um país que exibe dramáticos níveis de iliteracia e ausência de pensamento lógico, está longe de promover a autonomia aos seus cidadãos. Não há  verdadeira liberdade sem exigentes critérios de escolha. Mas o mais trágico é quando a jusante, essa pretensa liberdade é definitivamente comprometida pela pobreza e pela miséria dos milhões de portugueses que vivem entre o desemprego e o trabalho indiferenciado. Só se estivermos muito distraídos é que não reparamos que há muitas pessoas que ao fim-de-semana têm que optar entre um café e um maço de tabaco e os bilhetes de transporte para um passeio em família. Demasiados portugueses não têm possibilidade nem apetência para comprar um livro, muito menos têm orçamento para consertar o Magalhães avariado do seu filho. Só se estivermos distraídos é que não reparamos naqueles que vivem a  humilhação de terem de passar ao largo da farmácia ou a mercearia do bairro onde devem uma conta calada. Enfim, é preciso vivermos numa redoma para não nos cruzarmos com pessoas que passam o vexame da impotência em prover a sua família de condições de subsistência razoáveis. 

Para lá dalguns privilegiados funcionários do Estado, em Portugal impera meio país acossado pelo medo que a crise lhe bata à porta, e outra metade que não tem condições económicas dignas. Ou seja, que não é verdadeiramente livre. 

De resto a realidade portuguesa é no mínimo esquizofrénica: esta opressão convive paredes meias com sofisticadas infra-estruturas de alcatrão e betão, e sob a promessa de um moderno aeroporto e linhas de alta velocidade que poucos portugueses terão possibilidades de algum dia usufruir.  E não me venham com acusações de catastrofista ou de profeta apocalíptico: com o vicioso modelo de desenvolvimento escolhido, assistencialista, igualitário e desresponsabilizador, não se vislumbra solução: nos dias que passam a luta dos portugueses é pela sobrevivência individual e como povo, quando deveria ser pela conquista da sua Liberdade.

O Jogo da Restauração (Pub)

 

 

Produzido exclusivamente para a Real Associação de Lisboa, o Jogo da Restauração é um divertido e didáctico jogo de mesa para pais e filhos tipo jogo da Glória, constituído por seis peões, dado e um elegante tabuleiro ilustrado com os episódios decisivos que conduziram à aclamação de D. João IV, a casa de chegada. 

Ajude a nossa causa e encomende o seu exemplar  o Jogo da Restauração, o presente ideal para filhos, sobrinhos e netos a partir dos seis anos. AQUI

A Real Associação de Lisboa é uma estrutura regional integrante da Causa Real, o movimento monárquico de âmbito nacional. Esta é uma associação que visa a divulgação, promoção e defesa da monarquia e da Instituição Real corporizada na Coroa Portuguesa, cujos direitos dinásticos estão na pessoa do Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança e em quem legitimamente lhe vier a suceder. Cabe a esta associação a prossecução de iniciativas e de projectos de interesse cultural, social, assistencial e de solidariedade que visem a dignificação, a valorização e o desenvolvimento dos seus associados e da comunidade em que se insere.

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