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BLOGUE REAL ASSOCIAÇÃO DE LISBOA

Escutar a república em vésperas do "centenário"

"Preso por ter cão, preso por o não ter". O Presidente se tivesse esclarecido os portugueses no momento oportuno (a mais de um ano das eleições legislativas), nada de mal viria ao pequeno mundo de intriguinhas palacianas em que vivemos.

Se o Presidente tivesse esclarecido o País quando saíu a "notícia" dos emails no DN e dito que havia vulnerabilidades nos sistemas electrónicos da Presidência, então teria sido acusado pelo PS de estar a dar uma ajuda ao PSD em plena campanha eleitoral. Como se manteve em silêncio, acabou na prática por dar uma ajudinha política ao Eng. Sócrates. Jogada magistral do PS que talvez lhe tenha valido ter sido até o partido mais votado!

Vem isto a propósito da necessidade de "escutarmos" a história política dos últimos cem anos das democracias ocidentais.

Nos regimes monárquicos constitucionais como os do Reino Unido, Suécia, Dinamarca, Noruega, Luxemburgo, Espanha, Holanda, Bélgica, Japão, Austrália, Canadá, nunca o Chefe do Estado foi acusado de partidarismo, ou se levantaram suspeitas de que serviços secretos andavam a armar-se em espiões partidários.

É preciso irmos às repúblicas dos EUA (Nixon), França (Chirac) ou ao Portugal de hoje, - já sem falar na Itália ou na Grácia por uma simples questão de decoro, - para confirmarmos, mais uma vez, que a natureza da própria República acaba sempre, mais tarde ou mais cedo, neste espectáculo lamentável a que estamos a assistir.

Nas Monarquias constitucionais contemporâneas, o Chefe do Estado - a Coroa - é o garante do suprapartidarismo do Poder Judicial, das Forças Armadas e da Independência Nacional.

Em República as "secretas" andam quase sempre ao deus dará. Umas vezes só nas mãos do Chefe do Estado, outras sob a alçada do Governo da altura.... por entre os "mixericos" partidários de quem irá ser o próximo Presidente...

Mas alguém tinha dúvidas que iam começar mal as comemorações do tal "centenário" da república?

 

Luís Filipe Coimbra
 

in 31 da Armada

o diabo que o carregue: Nuno da Câmara Pereira

Há muito que os verdadeiros monárquicos pressentiam (e alguns o sabiam para lá de qualquer dúvida) que o cançonetista Nuno da Câmara Pereira nada tinha a ver com as aspirações da causa realista, por mais presidente do PPM que fosse. Para quem estivesse atento, saltava à vista o seu estranho penduranço na República, bem patente durante uma triste e apagada passagem pelo Parlamento, nas bancadas do PSD. Depois de se voltar contra o Chefe da Casa Real, por razões que só um Ego doentio pode explicar, Pereira já se aliou a um aventureiro siciliano que pretende ser herdeiro do Trono de Portugal, já fez peixeirada de mão na anca a propósito da Ordem de S. Miguel da Ala e já pôs o seu minúsculo clube ao serviço das extraordinárias “aspirações” do Duque de Loulé a ser “rei”. Tudo o que de pior podia inventar-se para denegrir a Monarquia e mostrar pequenez e divisão, ele inventou. Agora, de novo concorrente a um lugarzinho na Assembleia da República, surge com um inenarrável cartaz de campanha em que se auto-proclama detentor de cinco-predicados-cinco, qual deles o mais excelso: “Honestidade, Integridade, Transparência, Ética, Verdade”. Tanta virtude junta serve-lhe para, em parangonas, dizer o que realmente lhe interessa: “Vamos, todos, ajudar a República!”, proclama Pereira no seu cartaz eleitoral. Quem tinha dúvidas, escusa já de tê-las. Está mais do que claro para que serve, afinal, o chamado Partido Popular Monárquico – um perigoso equívoco que consegue, sozinho, fazer mais estragos à causa monárquica do que todos os republicanos juntos.

 

FRA DIAVOLO

"O Diabo" -28.9.2009

A liberdade do Rei … é também a nossa

A importância da chefia do Estado não tem sido assinalada. Nem sequer é por todos apreendida. A estabilidade política em que o país tem vivido torna menos nítido o papel que pode caber ao Chefe do Estado, sobretudo em casos de especial emergência.

 

O cenário governativo que o desenvolvimento da campanha eleitoral permite antecipar está longe de ser tranquilo. Teremos seguramente um parlamento fragmentado e incapaz de oferecer solidez a uma solução de governo. Estes são ingredientes suficientes para que o Chefe do Estado desempenhe um papel mais interventivo. Não afasto a hipótese de poderem (ou deverem) ser tomadas medidas de certo impacto e de eventual ruptura. Medidas de excepção que convocarão desconfianças de uns e protestos de outros. E, por certo, o clima de suspeita será potenciado pelas relações já não muito amistosas entre a presidência da república e certos meios governativos. 

 

É neste ambiente de águas revoltas que melhor se percebe a vantagem que uma genuína independência apresenta face ao que me parece ser um mero reflexo formal dela. Por muito que ambicione a neutralidade, e a procure com afinco, o presidente da república é fruto do jogo partidário. Emerge dessas refregas e é esse o seu pecado original. Ainda que se empenhe em encontrar soluções imparciais, e mesmo que do ponto de vista objectivo elas sejam de facto imparciais, a marca da origem partidária lá está, como mácula que impede que as suas decisões sejam acatadas por todos sem quaisquer reservas mentais. Sempre haverá quem veja na decisão um frete aos amigos de sempre ou uma traição. Não é preciso esgotar o nosso capital de imaginação para prever situações de conflito. Pense-se, desde logo, no convite para formar governo. 

 

Ora, o Rei, por não provir dos partidos, não terá necessidade de saciar as clientelas que à sombra deles descansam. É esta, sem dúvida, a mais evidente vantagem da Instituição Real face ao sistema republicano. É uma vantagem genética. De origem. De proveniência. O Rei faz do supra partidarismo muito mais do que a sua essência a sua razão de ser. E essa confortável posição, que nem sequer carece de demonstração, confere-lhe uma legitimidade incontroversa. Um trunfo agregador capaz de mobilizar a comunidade para aquilo que entende ser o bem comum. O Rei até pode errar. O erro não será monopólio dos republicanos. Contudo, nunca terá a tentação de favorecer uns em detrimento de outros. Nunca terá o censurável desejo de agradar, hoje, a quem permitirá que ele volte a ser o Chefe de Estado amanhã. 

 

Antecipo, como já referi, tempos difíceis na ressaca dos resultados eleitorais. Tempos exigentes. Infelizmente, creio que o presidente da república não conseguirá obter a confiança que mais facilmente o Rei conquistaria. É que o presidente da república, numa altura em que até já se fala nas eleições presidenciais e em putativos candidatos, de uma maneira ou de outra, está refém dos partidos. O Rei, por seu turno, não. O Rei é livre. E, nessa medida, nós somos livres também. 

 

Nuno Pombo

 

Texto publicado no Diário Digital a 21-Set-2009

 

"Isto é muito mau para a República"

Porque este é um assunto que desenvolvendo-se durante a campanha eleitoral para a Assembleia da República e, por sua causa, ultrapassa o acto eleitoral, permito-me comentá-lo.

 

O caso das alegadas escutas à Presidência da República, não se sabe por quem nem a mando de quem, a eventual denúncia feita encapotadamente através de um jornal por um assessor do Chefe do Estado, o silêncio inadmissível tanto do Chefe do Estado - que se escuda no tempo eleitoral - como do Chefe do Governo - que se esconde atrás de um pretenso respeito institucional -, as devassas feitas por um jornal a correspondência electrónica dentro de outro jornal, as acusações de um jornal de que o outro jornal tem uma agenda política para prejudicar o partido do governo, estando implicitamente a demonstrar que tem uma agenda política para o defender, tudo isto seria apenas lamentável se não  fosse grave.

 

Sem papas na língua, para o bem e para o mal, como é seu costume, o bastonário da Ordem dos Advogados e insuspeito republicano Dr. Marinho e Pinto, declarou "«Isto é muito mau para o Estado português, é muito mau para a imagem do Estado português e é muito mau para a imagem das instituições da República. É muito mau para a República».

 

É mau para a República claramente. Mas é um produto da república. Quando o Chefe do Estado é parte da luta política, quando o Chefe do Estado está refém de uma ideologia e provém das forças partidárias que  se degladiam e a elas deve a sua eleição, embora teóricamente esteja acima delas somente por força dos preceitos constitucionais,quando o partido do Governo está ideológica e partidariamente em dissonância com o Chefe do Estado e não concorda com a sua actuação que considera prejudicar as suas políticas, que se esperaria?

 

Não são os monárquicos a dizer o que é por demais evidente. É um republicano ilustre: dá «uma sensação de que o Estado se está a dissolver».

O enterro do PPM

 

 

 

Já referi por diversas vezes que considero não fazer qualquer sentido um partido monárquico: a causa monárquica é, pela natureza da instituição que defende, supra-partidária. Tão supra-partidária quanto a causa republicana: ora digam-me quem é mais republicano se Nuno Ramos de Almeida, Vítor Dias, João Gonçalves ou Jorge Ferreira?

Apesar de assim pensar acabei respeitando o Partido Popular Monárquico, afinal um partido fundador da democracia no qual o meu avô João de Castro, um dos mais fiéis monárquicos que conheci, ainda sentiu a (ingénua) felicidade de votar pouco antes de morrer.

Hoje graças ao cisma do inenarrável Câmara Pereira, o PPM caminha para a total desmobilização e completa inexistência. O tempo do antena do PPM ridicularizado pelos Gatos Fedorento é o espelho da negligência e declínio a que o partido chegou: tornou-se uma anedota. E como seria um acto misericordioso que um grupo de indefectíveis tomasse o partido em suas mãos para liquidação e com alguma dignidade fechar as suas portas, acabando com aquele triste espectáculo! Em honra e memória dos seus ilustres fundares: Gonçalo Ribeiro Teles,  João Camossa e Henrique Barrilaro Ruas.

Diário de Notícias refere a retirada da bandeira da sede da R.A.L.

 

O Diário de Notícias de hoje, 19 de Setembro, noticia a ordem de retirada da bandeira da Monarquia da sede da Real Associação de Lisboa, por ordem da Câmara Municipal na presidência do Dr. António Costa. É um episódio que, embora acontecido há quase um ano,  só agora veio ao conhecimento público e vem demonstrar o afã dos republicanos em tentar criar um clima de unanimidade em torno das comemorações do centenário da República que se aproximam. Nada de símbolos do regime que tomaram de assalto, à vista das pessoas.

 

Acontece que a bandeira da Monarquia, primeiro a branca, da Restauração, depois a azul e branca, da Monarquia Cosntitucional,  estava naquela mesma janela há mais de sessenta anos, quando as instalações da Praça Luís de Camões eram a sede da Causa Monárquica, durante a II República  e nos primeiros anos após o 25 de Abril e, depois, quando em 2003 a Real Associação de Lisboa para ali transferiu a sua sede. Passaram pela Câmara, nesta III República democrática, vereações de esquerda e de direita e nunca ninguém quís saber dos regulamentos municipais que estariam a ser violados, como se de uma empresa ou clube de bairro se tratasse. Foi preciso chegar à Câmara o Dr. António Costa para que os serviços camarários, cheios de zelo - e não creio que tenha partido deles a iniciativa - se lembrassem de "repor a legalidade". Diz o Gabinete do Presidente que não há motivações políticas. Claro, é evidente. Só acredita quem quiser.

 

Respeitadores das leis, mesmo se da República, retirou-se a bandeira e já se está a tratar da ridícula burocracia para a recolocar e...pagar a licença. Veremos  quanto tempo demorará o deferimento.

 

Grande Festa AZUL e BRANCA e Concentração Monárquica

Assinalando o início do ano do centenário golpe de estado republicano, no próximo dia 5 de Outubro, às 0h00, a Causa Real e a Real Associação de Lisboa promovem uma concentração na Praça do Comércio, junto da placa que assinala o local do Regicídio. Ocasião em que o Presidente da Causa Real, Dr. Paulo Teixeira Pinto se dirigirá a todos os presentes.

 

A esta acção juntar-se-ão os participantes na Festa Azul e Branca que decorrerá a bordo dum cacilheiro no Tejo, uma organização de jovens monárquicos e que conta com o apoio da Causa Real e da Real Associação de Lisboa.

 

Inscreva-se para a Festa na Real Associação de Lisboa e participe na concentração.

 

É tempo de mobilização, é tempo de acção. Junte-se a nós. 

Governabilidade

Hoje no rescaldo do debate Sócrates-Ferreira Leite ouvi uma coisa curiosa no canal Sic Notícias sobre a longevidade dos governos e sobre a hipotética vida do próximo governo de 2 anos

 O Povo está muito mal informado sobre o quanto o mandato do Presidente da República condiciona a governabilidade do paíz. Segundo o que foi dito, um país não pode ir a novas eleições depois de 6 mêses da última eleição e também não pode ir a eleição nos últimos 6 mêses de mandato presidêncial.

Ora aqui está a grande vantagem de um regime monárquico constitucional em relação ao republicano que temos: um Rei não condiciona e eleição de um governo. Pelo contrário, o facto do seu magistério ser por princípio estável, permite a que um governo nunca esteja condicionado na sua formação, aliás como vimos na Bélgica com a queda de vários governos, onde o fiel da balança e estabilidade política foi o Rei dos Belgas.

 

Rui Monteiro

 

in "Causa Monárquica"

A república em 1910 e as restrições ao culto religioso *

Com o 5 de Outubro de 1910 inicia-se um período de violenta perseguição religiosa em Portugal. A Igreja vive por esses dias um período de semi-clandestinidade durante o qual diversos membros do clero foram sujeitos à prisão, a maus tratos e à morte.
A seguir transcrevermos uma curiosa carta (reproduzida na imagem) escrita por Maria Júlia Carvalho Prostes pela altura das festas natalícias à sua filha:
 
Mª querida Maria Thereza, Lisboa, 31-12-1910
Obrigada pelas tuas boas-festas, desejamos eu mtº do coração a ti, teu Marido, Sogra e Cunhada, as maiores felicidades, e o anno nôvo mtº prospero. Aqui houve algumas Missas da meia noute, entre ellas S. Luiz, onde a Mª das Dôres foi com as Mendonças sendo por bilhetes e à porta fechada. Eu, como havia difficuldade nos bilhetes, fiz como costumo aos Sábados, jantei em casa Mª Archangela, e ali passei a noute. (...)
 
* Agradeço à Conceição Mascarenhas a cedência da carta.
 
João Távora no Centenário da República

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A Real Associação de Lisboa é uma estrutura regional integrante da Causa Real, o movimento monárquico de âmbito nacional. Esta é uma associação que visa a divulgação, promoção e defesa da monarquia e da Instituição Real corporizada na Coroa Portuguesa, cujos direitos dinásticos estão na pessoa do Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança e em quem legitimamente lhe vier a suceder. Cabe a esta associação a prossecução de iniciativas e de projectos de interesse cultural, social, assistencial e de solidariedade que visem a dignificação, a valorização e o desenvolvimento dos seus associados e da comunidade em que se insere.

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